A capital da Grécia se prepara para um grande protesto, que lembra um levante estudantil ocorrido em 1973, mas que deve ser formado por milhares de pessoas furiosas com as recentes medidas de austeridade impostas pelo governo. Mais de 10 passeatas são planejadas por vários grupos, de sindicalistas a anarquistas, para marcar a data e também protestar contra os cortes do governo.
“Deve haver muita gente protestando”, disse um policial grego. “É aguardado um grande número de pessoas”, afirmou. Mais de 5 mil policiais foram deslocados para reforçar a segurança na área dos protestos.
A Grécia marca o 38º aniversário de uma rebelião estudantil na prestigiosa Universidade Politécnica, em 1973, que contribuiu para o colapso da junta militar que governava o país, meses depois. Os atos são geralmente liderados por estudantes e grupos de esquerda, que marcham até a embaixada dos EUA, apontada como cúmplice da junta militar. Muitas vezes ocorrem choques violentos nessa data no país, e a data também tradicionalmente é usada para protestar contra o governo de turno.
Este ano, os protestos ocorrem após duas semanas de crise política acabarem com a formação de uma nova coalizão de governo, liderada pelo ex-vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) Lucas Papademos. O novo governo tem a tarefa de implementar duras reformas, exigidas pelos credores internacionais, mas que já levaram a economia do país a uma dura recessão e ao aumento do desemprego e dos suicídios.
Recentes pesquisas mostram que o novo governo tem forte aceitação popular, mas muitos gregos estão cansados após as medidas de austeridade anteriores. Analistas dizem que os protestos desta quinta-feira representarão a primeira indicação da clima nas ruas para mais reformas.
As duas principais centrais sindicais da Grécia – a GSEE, do setor privado, e a do setor público, ADEDY – convocaram seus filiados a participarem dos protestos. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.