Os gregos participam neste domingo de eleições locais, vistas como um referendo sobre o duro programa de austeridade do governo nacional. Resultados ruins da situação podem forçar o Partido Socialista a convocar novas eleições gerais, após apenas um ano no poder.
O primeiro-ministro, George Papandreou, prometeu convocar rapidamente eleições gerais se seu governo socialista perder o apoio da população, que considera necessário para as duras reformas que o país tem de implementar para continuar recebendo os recursos do empréstimo de 110 bilhões de euros obtidos da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) este ano. O empréstimo está condicionado à implementação de um rígido programa de redução da dívida do país, herdada do governo anterior.
Papandreou não deixou claro, entretanto, qual seria o resultado que consideraria satisfatório. Os socialistas aparentemente não sofrerão grande derrota. As pesquisas de opinião preveem uma possível divisão de poder com os conservadores nas disputas de 13 Estados.
“Não tenho nenhum desejo de convocar eleições gerais”, disse Papandreou na sexta-feira. “Mas para que esse grande esforço seja um sucesso, temos de contar com a unidade pública e dedicação, quando diante desse grande desafio”, acrescentou.
Papandreou assumiu o governo em outubro de 2009 após uma ampla vitória sobre os conservadores e seu partido tem confortável maioria no Parlamento. Mas as pesquisas de opinião pública recentes mostraram que sua popularidade ficou arranhada pela adoção de medidas austeras, entre as quais o congelamento das aposentadorias e corte dos salários públicos.
A campanha dos partidos de oposição centrou-se nos termos em que foram acertados o empréstimo com a UE e o FMI, adicionando pressão sobre o primeiro-ministro que assiste há meses o protesto da população nas ruas e ondas de greves por causa da elevação no desemprego e da falência de pequenas empresas.
As autoridades da União Europeia e do FMI devem visitar Atenas este mês para avaliação das metas prometidas no acordo de empréstimo. A agência de estatísticas da União Europeia, Eurostat, deve revisar novamente o déficit orçamentário grego de 2009 para 15% do PIB, da atual projeção de 13,6% do PIB.
As eleições deste domingo são decorrência de reformas nos governos locais, que ampliaram os poderes de 13 governos regionais, os quais realizam eleições diretas pela primeira vez. Também em decorrência das reformas, o número de municípios foi reduzido de 1.014 para 325. As informações são da Associated Press.