Grécia não aguentaria passar por nova eleição, diz conservador

O líder do partido conservador Nova Democracia, Antonis Samaras, afirmou nesta sexta-feira (15) que a Grécia não poderia enfrentar uma nova eleição e deverá formar um governo após as eleições parlamentares do próximo domingo (17).

“É impossível ir para um terceiro turno de eleições. Não podemos suportar isso”, disse Samaras, em comício em Atenas, em que prometeu tentar renegociação dos termos do resgate financeiro de Ç 130 bilhões feito pela União Europeia e o FMI (Fundo Monetário Internacional), em fevereiro. Samaras declarou que o pleito parlamentar será uma escolha “entre o euro e o dracma [moeda grega antes de 2001]”. “Vamos para a eleição para decidir o futuro da Grécia e de nossas crianças”.

A referência à antiga moeda foi uma crítica aos adversários do esquerdista Syriza e de outros partidos que se declararam contrários às medidas de austeridade impostas após a concessão do resgate.
A Nova Democracia e o Syriza disputam o primeiro lugar em número de cadeiras no Parlamento, segundo as últimas pesquisas divulgadas no início desta semana. O vencedor levará um bônus de 50 cadeiras entre as 200 disponíveis, o que facilitaria a formação de um governo.
Syriza
Mais cedo, o partido da esquerda radical Syriza se mostrou seguro de seu vitória que, segundo disse um de seus representantes, abrirá o caminho para a mudança e para a rejeição às políticas de austeridade em toda Europa.

“A Grécia foi o primeiro país da UE onde foram aplicados estes programas e, portanto, se a Grécia der um sinal de rejeição a estas políticas, o resto dos povos da Europa também começará a repeli-las”, afirmou o eurodeputado da Syriza, Nikos Juntis.

“Um resultado como este na Grécia pode mudar a situação na Europa, por isso entendemos o interesse europeu e do resto do mundo nas eleições do domingo”, acrescentou em entrevista coletiva em Atenas.

Juntis se mostrou “muito otimista” perante o resultado de domingo, apesar de as últimas enquetes recebidas pelos partidos políticos mostrarem que há um empate técnico entre sua formação e a conservadora Nova Democracia (ND).

Durante a entrevista coletiva também falaram representantes de partidos esquerdistas dos outros países europeus que receberam ajuda (Espanha, Portugal e Irlanda) e da América Latina, que denunciaram a “intromissão inaceitável” e a “campanha do medo” das autoridades europeias para impedir a vitória da Syriza.

Os representantes da Irlanda e Portugal insistiram no “fracasso” destas medidas, ao considerar que um exemplo disso é o fato de que, segundo eles, seus países deverão receber nos próximos meses um segundo resgate.

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