A Grécia está otimista de que chegará a um acordo com seus credores para liberar um dinheiro muito necessário para o país nos próximos dias, em meio a um renovado impulso para encerrar o impasse sobre o financiamento enfrentado pelo novo governo, afirmou uma autoridade do país nesta quinta-feira.

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O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, relatou durante uma reunião do gabinete os progressos feitos nas conversas em Bruxelas, envolvendo funcionários gregos e os credores internacionais, a fim de convencê-los de que Atenas está falando sério sobre se tornar mais competitiva e viável dentro da zona do euro.

“Nós esperamos que as negociações cheguem a um estágio permitindo um acordo final por volta do próximo encontro de ministros das Finanças da zona do euro, em 11 de maio, ou talvez mesmo antes”, afirmou a autoridade, que participou do encontro. Ela falou sob condição de anonimato.

A Grécia insiste que está perto de chegar a um acordo para o seu financiamento com seus parceiros da zona do euro e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Os dois acordos já alcançados representam 245 bilhões de euros. O país se recusa, porém, a implementar algumas das reformas exigidas pelos credores.

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O país trabalha atualmente em um projeto de lei com vários itens, incluindo o combate à evasão fiscal, a elevação dos juros para bens de luxo e uma maior independência para o escritório da receita fiscal grega. Atenas não chegou, porém, a fazer uma reforma em seu mercado de trabalho e no sistema previdenciário – medidas que para os credores são essenciais para ajudar a economia a voltar a se sustentar.

O partido de esquerda Syriza foi eleito em janeiro com uma plataforma contrária às medidas de austeridade. O governo grego reluta em fazer mais cortes, apontados como responsáveis por levar o país a uma recessão de seis anos.

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Uma segunda autoridade do governo disse que o governo mantém pontos que não está disposto a negociar. “Ele insistirá em um acordo sem os crimes vistos nos pacotes do passado”, afirmou essa autoridade.

Outros temas que geram divergências entre a Grécia e seus credores são as privatizações, execuções hipotecárias e impostos sobre valor agregado.

A menos que Atenas consiga concessões de última hora, Tsipras deve ter de escolher em breve entre aceitar as políticas econômicas que podem causar divisão no Syriza ou declarar um default da dívida grega, levando o país a deixar o euro.

A Grécia precisa de bilhões de euros em julho e agosto, quando necessita pagar bônus mantidos pelo Banco Central Europeu (BCE). Nesta semana, houve mudanças na equipe de negociadores, reduzindo-se a influência do ministro das Finanças, Yannis Varufakis. O ministro indicou hoje que o governo está disposto a fazer concessões aos credores, após um acordo interino ser alcançado. “Depois de junho estaremos prontos para discutir vários assuntos, como o imposto sobre valor agregado”, disse Varoufakis a uma emissora local de rádio. Fonte: Dow Jones Newswires.