Grã-Bretanha quer dificultar concessão de cidadania

O imigrante que demonstrar “atitudes antipatrióticas”, como ser pego protestando contra o envio de tropas da Grã-Bretanha para conflitos no exterior, terá dificuldades em obter a nacionalidade britânica. Diante de um índice de desemprego recorde e da recessão econômica, o governo do primeiro-ministro Gordon Brown vem impondo novos limites para a entrada e permanência de imigrantes. Ontem, propôs a criação de um sistema de pontos para a concessão de nacionalidade para estrangeiros – e fazer ofensas contra as forças nacionais implica na perda de pontos.

Na prática, o sistema dificultará a vida dos imigrantes que queiram se tornar cidadãos britânicos. A atual lei prevê que a cidadania é concedida a qualquer um que permaneça por mais de cinco anos na Grã-Bretanha e não tenha ficha na polícia. Agora, além do bom comportamento, o candidato terá de passar dez anos trabalhando no país antes de poder se candidatar à cidadania.

O objetivo do novo sistema é monitorar os imigrantes. Falar inglês, pagar impostos e ser “útil” para a Grã-Bretanha também são questões que podem pesar na avaliação final. “O imigrante que tiver mau comportamento será penalizado”, afirmou o ministro do Interior, Alan Johnson. Entre os itens considerados “negativos” está a participação em manifestações contra soldados que tenham voltado do Afeganistão. A avaliação é que isso é uma atitude antipatriótica, um sinal de pouco compromisso com o país . “Se alguém quiser ser cidadão britânico, não deve apenas seguir a lei, mas mostrar compromisso com nosso país”, disse Johnson.

No ano passado, 220 mil estrangeiros ganharam a cidadania britânica. Com as novas medidas e a recessão econômica, o governo prevê uma queda no número de pessoas tentando entrar na Grã-Bretanha.