A Grã-Bretanha deve retirar parte dos soldados do Iraque a partir do início de 2009 por conta da melhora na segurança do país árabe, afirmou nesta terça-feira (22) o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown. Durante discurso no Parlamento, o chefe de governo previu ainda “uma mudança fundamental” da missão da Grã-Bretanha no Iraque nos primeiros meses do próximo ano. Brown, que esteve em Basra e Bagdá no último sábado, não revelou números referentes à retirada, mas destacou que a atuação britânica no Iraque está mudando de perfil.
De acordo com Brown, as tropas estão concluindo o trabalho de treinamento de 20 mil militares iraquianos e devem passar a se dedicar a programas de educação militar e equipes especializadas. Londres possui atualmente cerca de 4.100 soldados no Iraque, grande parte baseada na cidade de Basra (sul).
“Enquanto concluímos essas tarefas e continuam os avanços nessas diferentes áreas, daremos seqüência à redução do número de tropas britânicas no Iraque. Certamente, as decisões futuras estarão baseadas na análise de nossos comandantes militares no terreno”, disse Brown. “Podemos esperar uma mudança fundamental de missão nos primeiros meses de 2009 à medida que realizamos a transição a uma parceria bilateral de longo prazo com o Iraque”, declarou.
A retirada depende, enfatizou ele, do progresso no treinamento das forças iraquianas, da realização de eleições provinciais no Iraque no máximo no início de 2009, do avanço da reconstrução econômica e da criação das condições para que os iraquianos possam assumir o controle do aeroporto de Basra.
Os planos britânicos de redução do contingente no Iraque a cerca de 2.500 soldados ainda este ano foram adiados por causa do aumento da violência nos arredores de Basra, a principal cidade do sul iraquiano. Segundo Brown, a situação de segurança em Basra melhorou sensivelmente depois de uma ofensiva militar de EUA, Grã-Bretanha e Iraque contra milicianos xiitas.