Um acordo secreto entre o governo britânico e o Exército Mahdi, milícia leal ao clérigo xiita Muqtada al-Sadr, fez com que as tropas britânicas ficassem de fora dos confrontos ocorridos em abril em Basra, no sul do Iraque, deixando os soldados americanos e iraquianos lutando sozinhos, revela o jornal londrino The Times em reportagem publicada hoje. O Ministério da Defesa britânico nega a acusação.
Centenas de supostos militantes foram mortos e outros detidos durante a operação, na qual 60 soldados iraquianos e um americano também perderam a vida. A ofensiva das tropas americanas e iraquianas em Basra pretendia tirar do controle da cidade o movimento xiita. Basra é o principal pólo iraquiano de exportação de petróleo.
De acordo com a reportagem, os cerca de quatro mil soldados britânicos na região limitaram-se a acompanhar a batalha da barreira imposta por meio do acordo com al-Sadr. A reportagem, sustentada em denúncias de oficiais americanos e iraquianos que participaram da operação, revela que os Estados Unidos enviaram emergencialmente fuzileiros navais e outros soldados para cobrir a ausência dos britânicos.
De acordo com os termos do pacto, prossegue o jornal, nenhum soldado entraria em Basra sem a permissão do secretário da Defesa britânico, Des Browne. Por meio de comunicado, o Ministério da Defesa rechaçou a história, assegurando que “não houve acordo secreto nem acomodação”. Segundo a pasta, o único motivo para o não engajamento britânico foi para que a população de Basra percebesse a operação como uma ofensiva liderada pelo Exército iraquiano.
