Policiais lançaram gás lacrimogêneo em manifestantes contrários ao atual governo da Tunísia, que protestavam hoje nas proximidades do escritório do primeiro-ministro, na capital Túnis. As escolas deveriam ser reabertas esta semana no país, mas continuaram fechadas por causa de uma greve convocada por professores. Os protestos continuam no país, mesmo com a queda do regime de 23 anos do presidente Zine El Abidine Ben Ali.

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O Sindicato Geral dos Trabalhadores Tunisianos (UGTT, na sigla em francês), recusa-se a reconhecer o novo governo. O motivo é que a administração manteve importantes figuras do regime anterior, incluindo o primeiro-ministro Mohammed Ghannouchi.

Muitos tunisianos também desaprovam o fato de pessoas do regime anterior permanecerem em seus postos. Há protestos diários no país desde que o governo provisório foi anunciado, na segunda-feira passada. Os manifestantes pedem o fim do poderoso partido RCD, de Ben Ali, que dominou a Tunísia por décadas.

O primeiro-ministro, que está no cargo desde 1999, recusa-se a renunciar e diz que deixará a política, mas apenas quando ocorrerem as primeiras eleições democráticas no país desde sua independência da França, em 1956. Ele disse que a eleição pode ocorrer em seis meses, mas não marcou uma data.

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O governo realizou, enquanto isso, reformas democráticas sem precedentes, incluindo a liberdade para a mídia, a libertação de presos políticos e o registro de partidos banidos no regime de Ben Ali. O líder autoritário renunciou e fugiu para a Arábia Saudita no último dia 14, em meio a uma onda de protestos que deixou dezenas de mortos. A primeira revolta popular em um país árabe na história recente inspirou manifestações na região, com protestos no Egito, Argélia, Mauritânia e Marrocos. As informações são da Dow Jones.