O governo do Peru autorizou o uso de força militar em uma região andina onde manifestantes indígenas bloquearam rodovias e queimaram um posto fiscal. A decisão foi publicada no diário oficial “El Peruano” e também suspende o estado de emergência nos departamentos (Estados) amazônicos do Peru, onde a polícia entrou em choque com os indígenas no começo de junho e pelo menos 33 pessoas foram mortas. A ordem permite que o exército use a força para ajudar a polícia a manter a ordem nos departamentos de Cuzco, Apurimac e Junín.
O primeiro-ministro, também chefe de gabinete, Yehude Simón, viajou hoje à cidade de Andahuaylas, para tentar solucionar por meio do diálogo a crise, que estourou em 11 de junho. “A democracia não é apenas a eleição das autoridades, mas significa a participação da cidadania. Os camponeses têm um espaço importante neste país, precisamos escutá-los, precisamos resolver seus problemas, mas com a paz e o diálogo”, disse Simón.
O primeiro-ministro foi criticado por demorar a atender aos protestos indígenas. Na quinta-feira ele deve comparecer ao Congresso para explicar os acontecimento na Amazônia. As novas manifestações englobam uma série de demandas, da oposição à privatização do sistema de abastecimento de água à revogação de concessões para a exploração de minas.