O governo da Colômbia negou que, no âmbito da operação militar "Xeque", que obteve a libertação de Ingrid Betancourt e de outros 14 reféns em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), tenham sido utilizadas ilegalmente as insígnias do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
Referindo-se às notícias dos últimos dias e a fotografias inéditas de fontes militares colombianas anônimas às quais a rede de televisão norte-americana CNN afirma ter tido acesso, o vice-presidente colombiano Francisco Santos afirmou que o fato não existe. "Tenho certeza", declarou a uma rádio colombiana, "que os militares não usaram tais insígnias e espero que as investigações que faremos o demonstrem de maneira inexpugnável".
No dia seguinte à libertação dos reféns, o CICV em Genebra divulgou um comunicado afirmando "não ter tomado parte de maneira alguma na operação de libertação". Consultado pela CNN, o especialista legal internacional Mark Ellis, diretor executivo da International Bar Association, declarou que, caso fosse provada, a utilização das insígnias da Cruz Vermelha poderia se configurar como um "crime de guerra". Segundo Ellis, "um acontecimento como esse poderia diminuir a credibilidade de futuras operações humanitárias".