Os militares, políticos e empresários que depuseram o presidente hondurenho Manuel Zelaya travam sua batalha pelo poder no país na arena política norte-americana, com uma campanha feita por lobistas que os retrata como um reduto conta a “ditadura” e o “comunismo”. Apelando aos partidários do livre comércio, eles esperam demover a administração do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de sua ameaça de impor sanções ao país da América Central, cujas linhas de montagem voltadas principalmente para a exportação são dominadas por empresas e investidores norte-americanos.
“Eu imagino que haverá alguma reação da parte deles” às sanções comerciais, disse ontem Amilcar Bulnes, presidente do Conselho Hondurenho de Negócios Privados. O governo de facto, liderado pelo presidente interino Roberto Micheletti, se esforçou para reunir um grupo de lobistas que fosse diverso e representativo. O grupo enviado para Washington ontem incluía um líder trabalhista cristão democrata e um professor universitário de Direito de um partido de oposição.
Os adversários de Zelaya esperam que o presidente norte-americano não tenha tempo nem energia para o assunto, já que, segundo eles, Obama tem de lidar com a nova reforma do sistema de saúde dos EUA e com a crise econômica internacional. O grupo de lobistas foi enviado aos EUA no momento em que Washington aumenta sua pressão sobre o governo de Micheletti, ao advertir que Honduras pode enfrentar fortes sanções econômicas se Zelaya não retornar à presidência do país.