Um cessar-fogo interrompeu intensos confrontos nas proximidades do palácio presidencial na capital do Iêmen, Sanaa, nesta segunda-feira, depois de os rebeldes xiitas terem tomado o controle da agência de notícias e da televisão estatal.

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Os combates, concentrados na região do palácio e na área ao sul da residência presidencial, representa o maior desafio já e

enfrentado pelo presidente Abed Rabbo Mansour Hadi em relação aos rebeldes, conhecidos como houthis, que deixaram seus redutos no ano passado para tomar a capital em setembro.

A violência levou o mais pobre país árabe da África a um caos ainda maior e pode complicar os esforços dos Estados Unidos no combate ao braço iemenita da Al-Qaeda, que assumiu a responsabilidade pelos ataques ao jornal satírico Charlie Hebdo e é considerado por Washington o ramo mais perigoso da rede terrorista.

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Os houthis são vistos por seus críticos como representantes do Irã xiita, acusação negada pelo grupo. Acredita-se também que tenham ligação com o ex-presidente iemenita Ali Abdullah Saleh, derrubado em 2012 após protestos da Primavera Árabe. Eles prometeram erradicar a Al-Qaeda, mas também são hostis aos Estados Unidos. Seu slogan é “morte a Israel. Morte à América”.

Os houthis e forças leais a Hadi estão num impasse há meses na capital. Cada lado culpava o outro pela explosão de violência na manhã desta segunda-feira. Testemunhas disseram que tiros de metralhadora podiam ser ouvidos, enquanto disparos de artilharia atingiram áreas próximas ao palácio presidencial.

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Hadi não vive no palácio, mas uma quantidade extra de soldados e tanques foram enviados para proteger sua residência privada, que fica próxima da área dos ataques.

Um cessar-fogo foi negociado por um comitê presidencial que incluiu os ministros do Interior e da Defesa, um auxiliar presidencial e um xeque de uma tribo que é próximo aos houthis.

A mais recente explosão de violência parece ter ligação com a rejeição dos houthis ao esboço na nova Constituição, que divide o país em seis regiões federais. No sábado, os houthis sequestraram um dos principais auxiliares do presidente para prejudicar uma reunião sobre o assunto.

Hadi e os houthis acusam-se mutuamente pela não implementação de um acordo de paz, negociado pela Organização das Nações Unidas (ONU) que pede a Hadi que forme um novo governo de unidade nacional e reforme as agências do governo. O acordo prevê também que os houthis retirem seus combatentes das cidades. Os rebeldes exigem a integração de seus homens às forças de segurança, algo que Hadi se opõe.

A longa luta pelo poder prejudicou a capacidade do Iêmen de combater a Al-Qaeda na Península Arábica e o avanço houthi em áreas predominantemente sunitas elevou o apoio local ao grupo terrorista. Fonte: Associated Press.