O governo sudanês e o grupo rebelde mais poderoso de Darfur firmaram um pacto inicial nesta terça-feira (17), prevendo futuras negociações de paz. Contudo, não concordaram sobre um aguardado cessar-fogo, após uma semana de conversas. O acordo, discutido em rodadas no Catar, prevê uma segunda rodada de conversas que trataria de temas importantes para encerrar o conflito de seis anos. Os lados concordaram, em princípio, com a troca de prisioneiros.
Desde os rebeldes de Darfur pegarem em armas, em 2003, reclamando de discriminação e negligência do governo liderado pelos árabes, cerca de 300 mil pessoas morreram e 2,7 milhões foram forçadas a deixar suas casas, segundo as Nações Unidas. “Eu gostaria de enfatizar que as negociações serão abrangentes e vão enfocar o cerne do problema”, afirmou o líder rebelde Khalil Ibrahim. “Há um desejo genuíno de se chegar a uma solução abrangente e justa para essa guerra para se evitar a eclosão de outra guerra.”
Como um gesto de boa vontade, Ibrahim disse que o Movimento Justiça e Igualdade libertaria alguns soldados do governo capturados. O principal mediador da Organização das Nações Unidas (ONU) e da União Africana para o tema, Djibril Bassole, disse que os rebeldes também pediram a libertação de alguns companheiros das prisões. A segunda rodada de negociações ocorrerá em duas semanas, na capital do mesmo país do Golfo Pérsico, Doha. O primeiro-ministro do Catar, xeque Hamad bin Jassem Al Thani, disse que os outros vários grupos rebeldes serão bem-vindos para a mesa de negociações.