O Conselho de Ministros do Iraque apoiou proposta do primeiro-ministro Haider Al-Abadi de mudanças no sistema político e contra a corrupção. As medidas incluem o fim de um cargo cerimonial do antecessor de Abadi, num ousado movimento para neutralizar protestos de rua.
As propostas incluem cancelar os postos dos cargos de vice-presidente, ocupado pelo ex-primeiro-ministro Nouri al Maliki, e vice-primeiro-ministro, que tem Saleh al Mutlak como titular. Além disso, propõe-se a abertura de investigações anticorrupção mirando autoridades e revisão da forma como políticos são indicados, normalmente por meio de cotas.
Maliki afirmou que apoia as reformas políticas em andamento. O Partido Islâmico Dawa, ao qual pertencem tanto Maliki quanto o atual primeiro-ministro, também apoiou a proposta e pediu que “todas as forças políticas se comprometam com o programa e ajam para solucionar a situação no Iraque”. O Parlamento iraquiano ainda precisa aprovar as medidas.
O plano também objetiva reduzir os gastos do governo. Além de reabrir alguns inquéritos sobre corrupção, a medida busca acabar com regalias do governo, incluindo o grande séquito de guarda-costas oficiais iraquianos costumam manter.
O plano de sete partes foi proposto por Abadi mais cedo no domingo, depois que dezenas de milhares de manifestantes marcharam em Bagdá e no sul do país na sexta-feira. Os manifestantes pedem mudanças para problemas endêmicos como a corrupção e serviços ruins.
A luta dos iraquianos contra a corrupção parecia ter se tornado um problema secundário ante uma ameaça mais imediata no último ano com os militantes sunitas do Estado Islâmico atuando no leste e norte do país. Nas últimas semanas, porém, protestos ocorreram na maior parte do sul do Iraque, o coração da população xiita no país e base de poder para os principais partidos políticos.
Um depoimento do escritório de Abadi este domingo afirmou que as reformas propostas foram feitas para acatar “o interesse público”. Algumas das mudanças parecem exigir revisões na constituição, o que significa que os parlamentares precisam revisá-las e aprová-las, tornando o processo longo. Fonte: Dow Jones Newswires.