‘Governo de unidade’ dá sinais de fracasso no Chile

Cinco dias depois de ter assumido a presidência do Chile sob o discurso da “unidade nacional”, Sebastián Piñera foi alvo na segunda-feira das primeiras críticas diretas da oposição ao seu projeto de reconstrução. O senador socialista Juan Pablo Letelier acusou Piñera de “improvisação e falta de experiência e profissionalismo” nos planos de reerguer o país, que teve parte de seu território devastado por um terremoto que deixou quase 500 mortos no dia 27.

A divisão política começou a ficar visível depois que o recém-empossado ministro da Fazenda, Felipe Larraín, cogitou de aumentar os impostos para financiar os US$ 30 bilhões requeridos pela reconstrução do Chile. “Temos de ver que impostos podemos aumentar”, reconheceu Larraín.

“Piñera terá pela frente seu primeiro jogo de xadrez político. Se aumentar impostos dos empresários, a direita vai criticar”, disse ao jornal O Estado de S. Paulo o analista político chileno Rodrigo Álvarez, da Flacso Chile. “Se a opção for aliviar os empresários e carregar a população com novos tributos, a esquerda é quem reclamará.”

Em outro sinal de atrito político, o vice-presidente do Senado, José Antonio Gómez, que é presidente do Partido Radical Social Democrático (PRSD), de esquerda, acusou Piñera de enviar ao Congresso projetos ligados a reconstrução sem antes consultar a bancada opositora. Gómez disse que Piñera prometeu “trabalhar em conjunto, coisa que não aconteceu até agora”.

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