Autoridades da Síria prenderam uma importante figura da oposição, Mahmoud Issa, disseram hoje ativistas pelos direitos humanos. A prisão foi feita de madrugada, horas depois do governo anunciar o fim do estado de emergência que vigorava havia quase cinco décadas no país.
O chefe do grupo Liga Síria pelos Direitos Humanos, Abdul-Karim Rihawi, disse que agentes prenderam Issa na casa dele, em Homs, no centro do país. Antes, Issa havia concedido uma entrevista à Al Jazeera, na noite de ontem.
Segundo Rihawi, a prisão arbitrária lembra as regras do período do estado de emergência no país. A legislação dava ao regime do presidente Bashar al-Assad poder para prender pessoas sem qualquer acusação. Apesar do anúncio do fim da lei, manifestantes acusam Assad de apenas tentar ganhar tempo para manter o poder.
O ativista Mazen Darwish disse que a entrevista de Issa enfureceu parentes de um general sírio que foi morto junto com seus dois filhos e um sobrinho no domingo, em Homs. O governo afirma que eles foram mortos por “gangues armadas”. Issa disse na entrevista que não sabia quem havia cometido o crime, mas pediu uma investigação, enfurecendo os parentes do general, que já haviam ameaçado Issa antes de chamar a polícia. Issa já passou vários anos na prisão por sua posição pela democracia.
A Síria enfrenta protestos há um mês contra o autoritário regime de Assad. Pelo menos 200 pessoas foram mortas na repressão às manifestações. As informações são da Associated Press.
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