O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, reconheceu pela primeira vez o grave problema que a Aids representa na China e lançou um apelo à população para que se comprometa a tentar deter a epidemia.
“Nestes últimos anos, a Aids se difundiu com muita velocidade por todo um território muito amplo”, disse Wen ao jornal chinês “Diário do povo”. O premiê reconheceu que em algumas regiões da China a epidemia assumiu proporções “extremamente graves”. Em outras regiões, disse, a doença “está se expandindo além dos tradicionais grupos de risco, para a totalidade da população”.
Oficialmente, o total dos infectados com Aids na China são 840 mil, menos de 1% da população, mas em seis anos, advertiu a Organização das Nações Unidas, os doentes poderão ser 10 milhões. Depois de vários anos desmentindo, só no ano passado o governo de Pequim admitiu a existência de chineses doentes com Aids.
Ao reconhecer a gravidade do problema, Wen afirmou que os doentes “se concentram principalmente no campo”, onde as “condições higiênicas e a distribuição de remédios ainda estão pendentes e onde as pessoas não conhecem o suficiente os riscos ligados à saúde”.
Nessas áreas rurais, “o trabalho de prevenção é particularmente difícil”, acrescentou o primeiro-ministro chinês.
“Nosso governo é o governo do povo e deve fazer que a saúde e a proteção da vida das pessoas sejam suas prioridades”, afirmou o premiê.
Dentro desse compromisso do governo, a agência de notícias Nova China informou que cerca de 1.300 voluntários das estruturas hospitalares universitárias trabalharão em 127 zonas piloto para ensinar aos habitantes rurais a se prevenirem da Aids.