O governo do Chile pediu calma diante da série de alarmes falsos de bomba que vêm mobilizando forças especiais da polícia desde terça-feira (18). As advertências coincidem com a convocação de grupos de extrema esquerda para as comemorações do Dia do Jovem Combatente, 29 de março, em memória dos irmãos Vergara Toledo assassinados por policiais em março de 1985, durante um protesto contra a ditadura de Augusto Pinochet.
Na data, habitualmente marcada por manifestações em todo o país, foram registrados confrontos de protestantes com a polícia nos últimos anos. A série de alarmes afetou o comércio e há temor por parte dos empresários, segundo o presidente da Confederação da Produção e do Comércio (CPC), Alfredo Ovalle.
O subsecretário do interior, Felipe Harboe, disse que estão sendo feitas investigações junto à polícia para evitar atos de violência, e chamou atenção para a diferença entre operações preventivas anti-bomba e ocorrências de explosões reais sem aviso prévio, como a que destruiu uma agência bancária na madrugada desta terça-feira na capital, cuja autoria ainda não foi identificada. O porta-voz do governo, Francisco Vidal, evitou abordar o assunto e argumentou que não será "promotor dessas atividades", referindo-se às comemorações do Dia do Jovem Combatente.
O diretor-geral da polícia, José Alejandro Bernales, repudiou a série de alarmes falsos, que atribuiu principalmente a brincadeiras juvenis, e mostrou-se confiante em identificar os responsáveis usando "todos os nossos meios especializados", afirmou. Nesta quinta-feira (20), um novo aviso de bomba em um dos principais terminais de ônibus de Santiago obrigou os policiais a evacuar o local, onde o movimento era intenso devido à véspera do feriado da Semana Santa. O alarme foi depois descoberto falso e a situação no terminal voltou ao normal.