O governo britânico está analisando a legalização dos prostíbulos, como meio de combater a exploração sexual por parte de grupos criminosos e o tráfico de estrangeiras ao país. O ministro do Interior, David Blunkett, anunciou que a medida se destina a “limpar a indústria do sexo da criminalidade”, e também a conter a crescente venda e consumo de cocaína e heroína entre as prostitutas.

“O propósito é reduzir o número de prostitutas nas ruas e, desta forma, desbaratar as quadrilhas criminosas que comercializam a vida de pessoas. Nos prostíbulos, as prostitutas terão direitos e poderão trabalhar num ambiente sob controle”, indicou Blunkett, ressaltando que, segundo a proposta, os prostíbulos também terão de submeter-se à fiscalização sanitária e tributária.

Fontes da Polícia Metropolitana de Londres comentaram que a iniciativa “ajudaria a diminuir a criminalidade dentro do submundo da prostituição”, recordando que em várias partes do país existem “zonas de tolerância”, onde as prostitutas podem trabalhar sob um sistema controlado.

Nesse sentido, Martin Smith, funcionário da Prefeitura de Londres, disse que o governo “deve criar áreas de tolerância para a prostituição controlada”. “É importante a existência dessas áreas em Londres, mas as autoridades terão de continuar dialogando”, explicou.

A organização cristã CARE alertou porém que a medida “permitirá que as trabalhadoras e trabalhadores do sexo continuem sendo vítimas”. “Criar zonas de tolerância e até legalizar prostíbulos será como permitir a fabricação de minas terrestres, que podem provocar algo horrível a qualquer momento”, opinou um porta-voz do grupo.

A lei sobre prostituição na Grã-Bretanha, que tem sua origem no século XIV, não é alterada desde 1954, e embora a atividade não seja ilegal, há 35 delitos vinculados à indústria do sexo.

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