Tropas sírias reforçaram seu controle sobre o noroeste do país, segundo ativistas, apesar da pressão global contra a repressão aos protestos promovida pelo regime do presidente Bashar al-Assad. Ativistas pelos direitos humanos afirmaram que as forças de segurança continuam a tomar vilas e cidades perto de Jisr al-Shughur, foco de protestos na província de Idlib, forçando refugiados a seguirem para a Turquia.
“Soldados estão seguindo para Maaret al-Numan. Eles vêm das cidades de Alepo e Hama”, afirmou o grupo Observatório Sírio pelos Direitos Humanos. Testemunhas dizem que agentes impedem que residentes deixem a província de Idlib. Além disso, pessoas que tentaram passar escondidas por postos militares receberam tiros. Soldados sírios que desertaram para a Turquia afirmam que foram forçados a cometer atrocidades no norte do país.
“Seis civis morreram nas últimas horas em Ariha”, a leste de Jisr al-Shughur, disse um ativista na Nicósia, em entrevista à France Presse, sem dar mais detalhes. Segundo um balanço divulgado ontem pelo Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, a violência já matou 1.297 civis e 340 membros das forças de segurança na Síria desde o início dos protestos e da repressão, em meados de março.
Os Estados Unidos acusaram o Irã de apoiar a repressão na Síria e pediram que Assad pare com a violência. Washington pede uma transição política no país. O famoso poeta sírio Adônis, em uma carta aberta publicada ontem em um jornal libanês, pediu que Assad deixe os sírios decidirem seu futuro.
A Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que mais de 10 mil sírios fugiram para países vizinhos, escapando da repressão. Apenas no Líbano, chegaram mais de 5 mil. Um funcionário turco disse ontem que seu país havia recebido mais de 8,5 mil refugiados sírios. As informações são da Dow Jones.