O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a condenar hoje o golpe militar em Honduras, classificando-o como “inaceitável” e advertindo que esse episódio pode abrir um precedente. “Não podemos na América Latina admitir que tenha golpe militar, porque senão daqui a pouco vira moda outra vez”, declarou o presidente ao deixar o Palácio do Itamaraty, acrescentando que o Brasil e todos os países da região, como Estados Unidos e México, estão de acordo que não é possível aceitar a situação. “Nós não podemos reconhecer o novo governo. Temos de exigir a volta do governo eleito democraticamente.”

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Depois de comentar que o presidente deposto, Juan Manuel Zelaya, queria fazer um referendo no país, Lula questionou: “O que é que o referendo tem de criminoso? Qual o medo de ouvir a vontade do povo? Por conta disso o presidente ser retirado de sua casa às 5 e meia da manhã, isso é inaceitável”, disse. Para Lula, divergências internas devem ser resolvidas com debate democrático. “O que não pode é ter golpe militar.”

Para Lula, enquanto o presidente eleito democraticamente não voltar ao país haverá um isolamento de Honduras. Questionado se chamará o embaixador brasileiro do país caribenho, Lula disse que quem trata desse assunto é o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.

Zelaya foi destituído ontem por militares, em cumprimento a uma ordem da Suprema Corte do país. A ação foi uma resposta à insistência de Zelaya em realizar um plebiscito para mudar a Constituição. Zelaya foi preso em casa e levado a uma base aérea, de onde embarcou para a Costa Rica. Os deputados de Honduras nomearam Roberto Micheletti, líder do Congresso, como novo presidente do país. Foi o primeiro golpe de Estado na América Central desde 1993, quando militares guatemaltecos derrubaram o presidente Jorge Serrano.

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