A rede de televisão norte-americana CNBC informou que o Exército do Egito entrou no Cairo, diante da intensificação dos protestos contra o regime do general Hosni Mubarak, que está no poder desde 1981. Dezenas de milhares de manifestantes estão confrontando a polícia nas principais cidades do país, no quinto dia de manifestações.
O governo egípcio decretou toque de recolher no Cairo, em Alexandria e em Suez a partir das 18h locais (14h em Brasília). No Cairo, manifestantes atearam fogo a duas delegacias de polícia. Segue em prisão domiciliar em um subúrbio da capital o diplomata Mohamed ElBaradei, ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 2005, quando era diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
ElBaradei, visto como candidato da oposição para a eleição presidencial marcada para outubro deste ano, voltou ao Cairo ontem à noite e participou de uma cerimônia de orações em uma praça da capital hoje pela manhã, antes de ser detido.
Os protestos no Egito se seguem ao levante popular que derrubou o presidente Zine al-Abidine Ben Ali na Tunísia, no último dia 14. A dimensão, porém, é bem maior: o Egito é o mais populoso dos países árabes, com 80 milhões de habitantes (enquanto a Tunísia tem 10 milhões), além de ser parceiro estratégico dos Estados Unidos (que dão uma ajuda militar de US$ 2 bilhões por ano ao regime de Mubarak) e de Israel. As informações são da Dow Jones.