O ex-presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, fez sua primeira aparição perante o Tribunal Penal Internacional nesta segunda-feira e acusou o Exército francês por sua prisão por crimes contra a humanidade.
Durante a breve audiência perante o Tribunal de Haia, os juízes decidiram que ele deve comparecer ao local em 18 de junho para uma audiência de confirmação das acusações, quando será anunciado que o ex-presidente será julgado.
Gbagbo, o primeiro ex-presidente levado ao tribunal, é acusado por quatro crimes contra a humanidade, dentre eles assassinato e estupro durante um período de violência pós-eleitoral que segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) matou cerca de 3 mil pessoas.
Em declaração perante o tribunal, Gbagbo disse que sua detenção por seguidores de seu rival, Alassane Ouattara, em abril deste ano, foi o resultado direto da campanha de bombardeios francesa. A Costa do Marfim é uma ex-colônia francesa.
“Boa tarde, senhora presidente. Obrigada por permitir que eu fale. Eu sou Laurent Gbagbo”, disse o ex-presidente. “Eu fui detido sob bombas francesas. O Exército francês fez o serviço.”
A juíza Silvia Fernandez de Gurmendi estabeleceu 18 de junho do ano que vem como a data para a confirmação das acusações contra Gbagbo por crimes cometidos por suas tropas, depois de ele se recusar a aceitar a derrota no segundo turno da eleição presidencial, realizada em 28 de novembro de 2010. As informações são da Dow Jones.
