Os gastos militares globais com tecnologia militar, aviões, tanques, armas e botas de combate subiram 49% na última década e não mostram sinais de redução, apesar dos problemas econômicos da maioria dos países desenvolvidos, revela estudo do Instituto de Pesquisa de Paz Internacional de Estocolmo (Sipri), divulgado hoje.

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Em 2009, o gasto anual dos exércitos de todo o mundo subiu cerca de 6%, para US$ 1,53 trilhão – resultado recorde mesmo se descontada a inflação para o período, segundo Bates Gill, diretor da entidade. Os Estados Unidos foram responsáveis por pouco mais da metade desse aumento (US$ 661 bilhões), na medida em que o país comprometeu recursos na guerra do Afeganistão, avaliou. A maior parte do crescimento restante ocorreu em economias emergentes como Rússia, Índia e China, que modernizaram suas Forças Armadas.

O crescimento do mercado de equipamentos militares superou em muito o crescimento da economia global entre 2000 e 2009, ante um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) global de 24%. Para 2010, Gill prevê que os gastos vão subir entre 4% e 5%, liderados novamente pelos Estados Unidos, apesar da diminuição da presença de suas tropas no Oriente Médio.

Emergentes

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Além dos conflitos norte-americanos no Afeganistão e no Iraque, o aumento dos preços do petróleo e do gás também ajudaram a elevar o crescimento com gastos militares das economias emergentes desde 2000, avalia o Sipri. Isso acontece porque matérias-primas são uma fonte direta de recursos que um governo pode facilmente gastar em armas, ao contrário dos recursos da arrecadação de impostos, que representam um alto risco político.

O Chade, país africano que produz petróleo e gás, registrou um aumento de 663% na última década para compra de armas, enquanto na ex-república soviética do Azerbaijão o crescimento foi de 471%. No Casaquistão, a elevação chegou a 360%. As informações são da Dow Jones.

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