Caracas – O presidente da Federação de Câmaras e Associações do Comércio e Produção da Venezuela (Fedecâmaras), José Manuel González, afirmou que o governo federal gastou mais de US$ 7 bilhões em estatizações de empresas privadas.
"Este governo tem gastado nos últimos anos US$ 7 bilhões, sem gerar um novo emprego, uma nova indústria. Poderia estar resolvendo muitos problemas que afligem os venezuelanos nas áreas da saúde, habitação, segurança", disse González a uma emissora local.
O presidente da Fedecâmaras considerou que o Estado está "tomando as empresas eficientes e produtivas", referindo-se às estatizações da Companhia Anônima de Telefones da Venezuela (CANTV), da empresa de laticínios Los Andes, da Electricidad de Caracas e dos projetos para nacionalizar indústrias de cimento (Lafarge, Holcim e Cemex) e siderúrgicas como a Sidor.
González também afirmou que o presidente Hugo Chávez "não estaria interessado em conversar" com o setor, porque para o governo viria primeiro o político e depois o econômico.
"A situação atual é resultado das decisões unilaterais e do desconhecimento de como funcionam os diversos setores do país", declarou.
No que se refere ao novo imposto petrolífero, aprovado pela Assembléia Nacional, González o considerou "grave".
"Este imposto é grave porque os recursos não são dirigidos aos investimentos de médio e longo prazo (…) vão para o Executivo e certamente serão utilizados em campanhas eleitorais", sustentou.
Nos últimos anos, o governo de Chávez tem implantado políticas de nacionalização em setores estratégicos para o desenvolvimento do país, nos quais se destacam a agricultura, as comunicações, a eletricidade e, recentemente, as indústrias de cimento e siderúrgicas.
