A polícia britânica indiciou um adolescente de 16 anos pelo assassinato de um aposentado durante os tumultos registrados em Londres na semana passada. Já o governo afirmou que os oficiais deve receber um treinamento melhor e mais poderes para lidar com a nova era de distúrbios imprevistos.
O garoto, que não pode ter seu nome divulgado por causa de sua idade, é acusado de matar Richard Bowes, de 68 anos. Ele foi encontrado numa rua durante os distúrbios em Ealing, oeste de Londres, no dia 8 de agosto. Bowes morreu em decorrência dos ferimentos três dias depois.
A mãe do adolescente foi acusada de obstruir a investigação da polícia. O suspeito compareceu a um tribunal juvenil de Londres nesta terça-feira e vai permanecer detido até a próxima audiência, marcada para quinta-feira.
Cinco pessoas morreram durante os atos de violência registrados em cidades inglesas na semana passada, dentre elas três homens atingidos por um carro em Birmingham, região central da Inglaterra, quando protegiam lojas de saqueadores. Dois Homes e um adolescente foram acusados pelo assassinato de Haroon Jahan, de 20 anos, e dos irmãos Shazad Ali, de 30, e Abdul Musavir, de 31.
Várias pessoas também foram interrogadas pela morte de um homem alvejado na cabeça durante um tumulto no sul de Londres. Os distúrbios começaram na capital britânica no dia 6 de agosto e se espalharam para várias cidades.
A secretária do Interior, Theresa May, disse que a Grã-Bretanha entrou numa era “de movimentos mais rápidos e imprevisíveis” nas políticas de ordem pública e prometeu que as forças de segurança receberão novas instruções para o treinamento de policiais antidistúrbio. “Vamos nos certificar que a polícia tenha os poderes que precisa”, disse ela, incluindo poderes para impor toques de recolher.
O vice-primeiro-ministro Nick Clegg disse nesta terça-feira que o governo vai estabelecer um painel independente para ouvir as vítimas e investigar as causas dos tumultos. Clegg afirmou que será um “processo de base no qual as pessoas das comunidades afetadas e as vítimas que foram tão atingidas possam dar suas opiniões sobre o que precisa ser feito para assegurar que não aconteça novamente”.
A Associação de Seguradoras Britânicas estimou o custo da destruição e bens roubados em 200 milhões de libras (US$ 326 milhões), mas espera que esse valor aumente. As informações são da Associated Press.