O general David Petraeus, principal comandante dos Estados Unidos no Iraque, recomendou nesta terça-feira (8) um adiamento da retirada gradual dos soldados americanos do país árabe, marcada para a partir de julho. Durante sessão do Comitê de Forças Armadas do Senado, Petraeus afirmou que o aumento de tropas americanas no Iraque no ano passado ajudou a melhorar a segurança em partes do país. No entanto, ele alertou que esses ganhos são "frágeis e reversíveis" e, por isso, resolveu pedir uma pausa de 45 dias no processo de retirada de soldados para que seja possível "avaliar a situação" no país.
"No fim desse período, vamos começar um processo de avaliação para examinar as condições no terreno e, ao longo do tempo, determinar quando poderemos fazer recomendações para novas retiradas", afirmou Petraeus. "Esse processo será contínuo, com recomendações para outras reduções que serão feitas à medida que as condições permitirem." Entretanto, o general recusou-se a estimar um prazo para retirada depois de julho. "Essa estratégia não permite estabelecer um cronograma de retirada, mas dá a flexibilidade que nós precisamos para preservar os frágeis ganhos na segurança que nossos soldados lutaram tão intensamente para conseguir", disse o general. "Retirar muitos soldados rápido demais pode colocar em risco o progresso conquistado no ano passado.
Os comentários de Petraeus foram criticados pelo presidente do Comitê, o senador democrata Carl Levin, que acusou o governo de adotar um plano de guerra sem uma opção de saída estratégica. O presidente americano, George W. Bush, disse que pretende aceitar a recomendação de Petraeus. Na quinta-feira, Bush fará um discurso sobre a guerra, no qual discutirá o número de soldados americanos no Iraque. A audiência de Petraeus no Senado, que estava acompanhado do embaixador dos EUA no Iraque, Ryan Crocker, foi interrompida em duas ocasiões por um grupo de manifestantes que protestava contra a presença americana no país árabe.
Atualmente, cerca de 160 mil soldados americanos estão no Iraque. De acordo com planos anunciados no ano passado, o Pentágono vai retirar gradualmente cinco brigadas, ou aproximadamente 20 mil soldados, até o meio de julho. Mesmo assim, outras 15 brigadas, cerca de 140 mil soldados, continuariam no país árabe. Analistas acreditam que, mesmo sob as melhores circunstâncias, mais de 100 mil soldados continuariam no Iraque até o fim do mandato do presidente George W. Bush, em janeiro do ano que vem.