Líderes mundiais que se encontrarão nesta semana na cúpula do G20, grupo das vinte maiores economias, em Pittsburgh (EUA), deverão discutir as fundações para uma nova arquitetura que financie a luta contra as mudanças climáticas. Os principais temas serão o financiamento de países desenvolvidos para nações em desenvolvimento, corte das emissões de gases causadores do efeito estufa e adaptações aos potenciais efeitos do aquecimento global.

continua após a publicidade

Os líderes se encontrarão novamente numa cúpula internacional em Copenhage no fim deste ano, quando 190 países esperam estabelecer um novo protocolo global para cortar emissões. As conversações ficaram paralisadas nos últimos meses e os diplomatas dizem que o encontro de Pittsburgh é crucial para quebrar o impasse entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento. A construção de uma estrutura que financie os projetos para o clima deverá colocar as negociações de volta sobre um chão firme.

Na semana passada, o Banco Mundial publicou um relatório estimando que a redução dos gases poluentes e a adaptação às mudanças climáticas custarão pelo menos US$ 100 bilhões por ano até 2030 – talvez até US$ 700 bilhões por ano. O atual financiamento, disse o estudo, é menos que 5% do que seria necessário por ano. Os países em desenvolvimento serão os mais atingidos pelas mudanças climáticas e são os que menos poderão pagar para adaptação e redução dos impactos.

A China propôs que os países desenvolvidos contribuam com até 1% do Produto Interno Bruto (PIB) aos países em desenvolvimento, para suprir a falta de recursos. O enviado dos Estados Unidos para o clima, Todd Stern, sugeriu que a proporção estava “desamarrada da realidade”. “O financiamento ao clima é a maior obstáculo no caminho para Copenhage”, disse Elliot Diringer, vice-presidente de estratégias internacionais do grupo de advocacia sem fins lucrativos sobre as Mudanças Climáticas Globais, do Pew Center.

continua após a publicidade

Os negociadores não têm na mira provedores específicos para o financiamento, mas tentam delinear quais tipos de assistência financeira deveriam ser permitidas, bem como a governança e os critérios para o processo de financiamento. Michael Froman, vice-conselheiro de segurança nacional para assuntos econômicos internacionais, diz que os EUA pretendem estabelecer os contornos de um acordo-quadro para o financiamento para a mudança climática no encontro.

“Nós reconhecemos que o financiamento às mudanças climáticas precisa crescer significativamente, mas precisa trabalhar lado a lado com a assistência ao desenvolvimento e com incentivos do setor privado para ser eficiente e efetivo”, escreveu Froman em um comunicado interno da Casa Branca que está circulando dentro dos preparativos para a cúpula de Pittsburgh. As informações são da Dow Jones.

continua após a publicidade