Os líderes do G-8, composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos França, Grã-Bretanha, Itália, Japão e Rússia, anunciaram que rejeitam a legitimidade do presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, e prometeram aplicar medidas financeiras contra os responsáveis pela violência política no país. O anúncio foi feito em uma declaração emitida após um jantar de trabalho do G-8 na reunião de cúpula realizada em Toyako, no Japão, que discutiu questões de política externa, como as eleições no Zimbábue e os programas nucleares da Coréia do Norte e do Irã.
"Daremos novos passos, entre eles a introdução de medidas financeiras e de outros tipos, contra os indivíduos responsáveis pela violência eleitoral no Zimbábue", afirmaram os líderes do grupo. A declaração, no entanto, não indicou quais medidas concretas estariam previstas.
O G-8 afirma que não aceita a legitimidade do regime de Mugabe, ao declarar que é "ilegítimo" qualquer governo que não represente a vontade de seu povo, e expressa sua "profunda preocupação" com a "repercussão humanitária" da situação no Zimbábue. Os líderes pedem ainda que Mugabe colabore com a oposição do Movimento por Mudança Democrática (MDC) de Morgan Tsvangirai para resolver a crise política no país.
No entanto, o G-8 especifica que "é importante que qualquer processo de mediação respeite os resultados das eleições de 29 de março", quando ocorreu o primeiro turno das eleições presidenciais, no qual Tsvangirai obteve mais votos que Mugabe.
Além disso, recomenda também que o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, nomeie um enviado especial para informar sobre a situação de segurança, política, humanitária e de direitos humanos, e apóie os esforços regionais para fazer avançar a mediação entre os partidos.