Os 17 países que mais emitem gases do efeito estufa, reunidos no Fórum das Maiores Economias (MEF, na sigla em inglês), devem assumir hoje o compromisso de não permitir que a temperatura do planeta aumente mais do que 2°C em relação à média registrada no início do século 18. A declaração do MEF sobre mudança climática será assinada em encontro organizado no contexto da cúpula do G-8 (grupo das sete economias mais industrializadas e a Rússia) na cidade italiana de L’Aquila. O texto não chega a definir metas para a redução dos gases do efeito estufa – apenas objetivos, termo diferente para a diplomacia, pois não são mandatórios.
Embora dê substância a uma cúpula criticada pelo caos temático, esse acerto está longe de ser considerado um acordo – ressalta conflitos entre países desenvolvidos e emergentes no debate do tema. Um funcionário da diplomacia brasileira insistiu que a ausência de metas quantitativas não ofusca o objetivo dos líderes do MEF de definir um “rumo político” para as discussões em andamento no âmbito da Convenção do Clima. Por ser um documento assinado por chefes de Estado, afirmou, a declaração tenderá a dar uma linha clara para o acordo sobre mudança climática, que deve ser concluído na Conferência do Clima das Nações Unidas, em dezembro, na Dinamarca.
Segundo o negociador, o texto da declaração indicará a “existência de consenso” sobre a adoção de meta para os países desenvolvidos de redução de 50% nas emissões de gases-estufa em 2050 em relação aos níveis de 1990. Haveria acordo em torno da definição de meta de médio prazo, até 2020. Mas os números estão em negociação.