Líderes do G-8, que reúne as sete economias mais desenvolvidas e a Rússia, que se encontram em Áquila, na Itália, declararam ontem que o regime iraniano tem até 24 de setembro – quando o G-20 se reunirá em Pittsburgh, nos Estados Unidos – para “aceitar a mão estendida da comunidade internacional” e abrir negociações sobre temas como o programa nuclear de Teerã e a prisão de cidadãos estrangeiros e funcionários diplomáticos ocidentais.
“Se até lá (a reunião do G-20) não tivermos progressos, teremos de tomar decisões”, afirmou o presidente francês, Nicolás Sarkozy, acrescentando que as sanções internacionais contra Teerã deverão se tornar mais profundas e rigorosas.
Alto funcionário do Conselho de Segurança Interna dos EUA, Mike Froman declarou a jornalistas que os debates do G-8 vinham refletindo “uma impaciência generalizada com o Irã”. Segundo países ocidentais e Israel – que se vê especialmente ameaçado por Teerã -, o programa nuclear da república islâmica dirige-se à obtenção de armas atômicas. Teerã, no entanto, rejeita a acusação e afirma que seu programa é pacífico e tem como objetivo a produção de energia.
Em outro comunicado, os países do G-8 disseram que estavam comprometidos em obter uma solução diplomática para a questão iraniana. Mas o regime dos aiatolás tem sistematicamente rechaçado as tentativas de aproximação do Ocidente. O clima de hostilidade intensificou-se nas últimas semanas, quando autoridades de Teerã detiveram funcionários iranianos da embaixada britânica – depois de acusar a Grã-Bretanha de incitar os protestos sem precedentes contra a suposta fraude na votação de junho que reelegeu o radical presidente Mahmoud Ahmadinejad.
Coreia do Norte
Ressaltando a preocupação com a questão, os líderes do G-8 também pediram o rápido início de negociações de um tratado que proíba a produção de material para a fabricação de armas atômicas e conclamaram todos os Estados para a observância da moratória das provas atômicas. O texto referiu-se diretamente ao recente teste nuclear e lançamentos de mísseis por parte da Coreia do Norte – qualificando-os de “um perigo para a paz e a estabilidade”. “Instamos a (Coreia do Norte) a evitar mais violações de resoluções relevantes do Conselho de Segurança e a comprometer-se com o diálogo e a cooperação”, assinala a declaração.