G-20 racha e ameaça liderança do Brasil

Em uma iniciativa que pode minar a influência do Brasil nas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC), um grupo composto por países latino-americanos e outras economias emergentes apresentou uma nova proposta sobre como deve ocorrer o corte das tarifas de importação de bens industriais. O Brasil, assim como a Argentina, defende que o corte máximo seja de 50%. Para o grupo formado por México, Chile, Costa Rica, Peru e Colômbia, a taxa de cortes poderia ser de até 60%.

Na semana passada, Brasil, Índia, Estados Unidos e Europa (grupo conhecido como G-4) fracassaram em chegar a um acordo na OMC durante uma conferência em Potsdam, na Alemanha. O motivo, segundo Bruxelas, foi a recusa do Brasil em aceitar cortes mais profundos em suas tarifas de importação de bens industriais. O chanceler Celso Amorim, porém, argumentou que a recusa teria ocorrido diante da proposta de abertura dos mercados agrícolas, considerada insuficiente.

Na reunião, Brasil e Índia representavam supostamente os interesses dos países em desenvolvimento e, em nome disso, teriam rejeitado a exigência dos países ricos em tarifas. A iniciativa foi aplaudida por países como Venezuela, Cuba e África do Sul. Mas nem todos os governos de economias em desenvolvimento apreciaram a iniciativa e agora lançam sua própria estratégia. Ontem, em Genebra, um grupo de nove países apresentou o que acredita que deva ser "um meio-termo" na liberalização dos mercados mundiais.

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