O desenvolvimento democrático e econômico do Haiti depende de eleições legislativas e presidenciais planejadas para este ano, afirmou ontem Hedi Annabi, o mais graduado representante da Organização das Nações Unidas (ONU) no país caribenho. “O êxito permitiria ao país entrar em um círculo virtuoso, em que a estabilidade e o desenvolvimento se reforçam mutuamente”, notou. “Seu fracasso exacerbaria a desconfiança e as suspeitas e poderia pôr em perigo o progresso conseguido nos últimos quatro anos.”
Annabi disse que a segurança e a economia do Haiti melhoraram em 2009, quando o país evitou a paralisia política, apesar da saída de outro primeiro-ministro do poder. No entanto, ele afirmou que o progresso relativo depende da realização bem-sucedida das duas eleições, em um país em que votar muitas vezes tem sido sinônimo de caos e violência.
O primeiro teste será em 28 de fevereiro, quando deve ocorrer eleições para as duas Casas do Parlamento. Funcionários nomeados pelo presidente desqualificaram aproximadamente 15 grupos políticos para a disputa, e opositores ameaçaram perturbar o processo, argumentando que o conselho eleitoral atrapalha o caminho para que o recém-formado partido Unidade, do presidente René Preval, possa ganhar espaço no Legislativo, emendar a Constituição e aumentar o poder do Executivo.
Annabi afirmou que os 9 mil soldados e policiais da ONU sob sua supervisão fornecerão segurança e vão ajudar com os aspectos logísticos das eleições. A força de paz da ONU no Haiti, conhecida pela sigla Minustah, é liderada pelo Brasil.