Centenas de pessoas cantaram hinos da época do apartheid, no funeral do líder radical branco Eugene Terreblanche, nesta sexta-feira, na África do Sul. A morte de Terreblanche, aparentemente assassinado após uma disputa com dois trabalhadores negros, reacendeu a tensão racial no país. Homens com pistolas e jovens meninas bem-vestidas se reuniram, no noroeste do país, para homenagear Terreblanche. Apesar da tensão, não houve novos episódios de violência desde a morte.
Os líderes sul-africanos reconhecem que as tensões raciais permanecem, 16 anos após o fim do apartheid na África do Sul, mas minimizaram qualquer risco para a Copa do Mundo, que começa em junho e será um evento inédito no continente. Militantes que consideravam Terreblanche um líder afirmam que a morte é uma prova de que os brancos não estão em segurança na nação de maioria negra. Os líderes do país ressaltaram que o combate ao crime é uma prioridade, independentemente da cor da pele. A África do Sul tem uma das piores taxas de crime violento no mundo.
Terreblanche era líder de um grupo radical branco. As cerca de 500 pessoas presentes cantaram o Die Stem, uma canção que era o hino nacional durante a época de segregação do Apartheid. A segurança foi reforçada para o funeral, com um helicóptero e vários policiais presentes.
Nesta sexta-feira, algumas pessoas presentes vincularam o crime com a retórica do líder jovem Julius Malema, membro do Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês), do partido governista. Nas últimas semanas, Malema tem entoado uma canção da época do combate ao apartheid, que se refere ao assassinato dos fazendeiros brancos.
Malema diz que a música não tem qualquer relação com o crime. O ANC insiste que a canção é parte de sua herança cultural, mas pediu para que seus membros a evitem. Militantes brancos juraram vingança, logo após o homicídio.