O ex-presidente do Peru Alberto Fujimori recebeu a pena de 25 anos de prisão por assassinato e sequestro. Ele foi acusado de homicídio pelos massacres de Barrios Altos (1991) e La Cantuta (1992), cometidos por um esquadrão da morte do Exército, e pelos sequestros do jornalista Gustavo Gorriti e do empresário Samuel Dyer, ambos em 1992. Fujimori foi julgado por um painel da Suprema Corte do Peru.
O presidente do painel, César San Martín, anunciou nesta terça-feira que “as quatro acusações passíveis de imputação encontram-se provadas”. Fujimori é o primeiro ex-presidente democraticamente eleito da história a ser julgado em seu próprio país por violações dos direitos humanos. O magistrado Martín qualificou os crimes cometidos como “a mais grave e severa desvalorização da pessoa” por parte do réu.
Logo após a proclamação da pena, Fujimori afirmou que recorrerá da decisão. “Interponho um recurso de nulidade”, disse o ex-presidente, quando questionado sobre a sentença. Já o promotor José Peláez afirmou estar satisfeito com a pena imposta. Fujimori subiu ao poder em 1990 e ficou no cargo até o ano 2000. Pressionado por escândalos em sua administração, ele se exilou no Japão, aproveitando-se de sua dupla cidadania. Em 2005, mudou-se para o Chile, onde dois anos depois foi preso e extraditado.