Josef Fritzl, pai acusado de ter mantido sua filha em cárcere privado durante quase um quarto de século e de ter tido sete filhos com ela, declarou-se culpado das acusações de incesto e cárcere privado, mas disse ser apenas parcialmente culpado de coerção e estupro. Teve início nesta segunda-feira (16) seu julgamento na Áustria. Fritzl tentou esconder o rosto atrás de uma pasta azul quando o juiz iniciou a audiência, realizada em meio a esquema reforçado de segurança no tribunal de Saint Poelten, 65 quilômetros a oeste de Viena.
Fritzl declarou-se ainda inocente das acusações de homicídio e escravidão. De acordo com a polícia, o homem de 73 anos confessou ter mantido a filha refém durante 24 anos em uma cela construída sob sua casa. Investigadores disseram que exames de DNA comprovaram que Fritzl é o pai das seis crianças que sobreviveram ao cativeiro. Uma das crianças morreu logo depois do parto. A promotoria acusa Fritzl de assassinato por considerar que a criança teria sobrevivido se o réu tivesse providenciado os cuidados médicos.
Em sua exposição inicial, a promotora Christiane Burkheiser acusou Fritzl de violentar a filha diante das crianças. O advogado de defesa Rudolf Mayer pediu ao júri que seja objetivo e não se deixe levar pelas emoções. Ele declarou que Fritzl “não é um monstro”. O réu está sujeito à pena de prisão perpétua. A expectativa é de que o veredicto seja conhecido até a sexta-feira.