Frio aumenta risco de gripe nos animais

O mal-estar geral causado pela gripe não atinge apenas os seres humanos. Com a chegada do frio, cães e gatos também ficam sujeitos a adquirirem a doença. Embora neles o agente causador não seja o vírus influenza (responsável pela gripe humana), o problema requer cuidados médicos veterinários e adoção de medidas preventivas, podendo levar a complicações consideradas bastante graves.

A gripe que atinge cachorros é chamada de Taqueobronquite Infecciosa Canina ou ?tosse dos canis?. É causada por vários agentes, tendo como principais a bactéria Bordetella bronchiseptica, o Adenovírus tipo 2 e a Parainfluenza. A transmissão acontece através de contato direto entre cachorros saudáveis e indivíduos doentes.

?Todos os agentes causadores da gripe canina estão espalhados pelos ambientes. Porém, os animais têm maior predisposição em adquiri-los em lugares onde há grande concentração de cães (principalmente quando os mesmos não são bem cuidados) e as condições de higiene não são muito boas?, comenta o médico veterinário Leonardo Napoli.

Em Curitiba e outras cidades onde são verificadas temperaturas bastante baixas, o frio é outro fator que predispõe os cães a adquirirem a doença. Isto porque, com a mudança brusca de temperatura, a imunidade dos bichos (assim como a dos seres humanos) costuma ficar mais baixa, tornando os indivíduos mais fracos e sensíveis. Por isso, o veterinário recomenda que ?nesta época do ano os proprietários devem cuidar para que seus animais não peguem friagem e não fiquem ao sereno?.

O principal sintoma da Taqueobronquite Infecciosa Canina é tosse aguda. Muitas vezes, a mesma assusta os proprietários dos cães, pois os animais parecem estar engasgados e chegam a regurgitar no final das crises. Porém, também podem ser verificadas coriza e secreção ocular. ?Quando não tratada, a gripe pode acabar resultando em pneumonia, que é uma complicação das vias aéreas inferiores. Este tipo de complicação costuma ser mais comum em filhotes e indivíduos idosos?.

Logo que os sintomas forem verificados, o animal deve ser levado para avaliação veterinária. Nunca devem ser fornecidos medicamentos por conta própria, sendo que antigripais destinados a pessoas podem ter uma série de efeitos colaterais quando dados a animais, como intoxicação e problemas gástricos. ?O tratamento da gripe canina é feito através do uso de antiinflamatórios e antibióticos. Muitas vezes, os medicamentos são os mesmos indicados para seres humanos, mas em doses diferentes. Por este motivo, só os veterinários podem prescrevê-los?, diz Leonardo.

A prevenção é feita através da vacinação. Existem no mercado duas vacinas específicas para o problema, que são comercializadas por laboratórios diferentes. Uma é intranasal e a outra é subcutânea, mas ambas são encontradas, em média, por R$ 47,00 e garantem proteção contra a Bordetella bronchiséptica e a Parainfluenza. A primeira dose deve ser dada aos dois meses de idade, sendo que a subcutânea exige uma segunda dose trinta dias depois. Posteriormente, tanto da intranasal quanto da subcutânea, deve ser fornecida uma dose de reforço anual.

Outra vacina importante no combate à gripe canina é a óctupla, que é tida como obrigatória e protege contra o Adenovírus tipo 2 e o Parainfluenza. Aos 45 dias de vida, o animal deve receber a primeira dose. Em seguida, outras duas devem ser dadas com intervalos de trinta dias. O reforço a cada doze meses também é necessário.

Pet shops têm vários produtos para aquecer os bichos

Foto: Lucimar do Carmo/O Estado
Taciane: roupinhas temáticas da Copa do Mundo  têm tido bastante procura.

Para manter os animais quentinhos, os pet shops de Curitiba estão oferecendo uma variedade grande de produtos, voltados a todos os gostos e tamanhos de cachorros e gatos. Um dos itens mais procurados costumam ser as caminhas, que protegem os animais do contato direto com o chão e podem ser abertas ou fechadas.

?Muitas caminhas são revestidas com pele para que os animais fiquem ainda mais protegidos. Elas podem ser encontradas em diversas cores e tamanhos. Para manter ainda mais o calor, podem ser acrescentados cobertores e edredons especiais?, revela a proprietária do pet shop Samary?s, no bairro Champagnat, Taciane Ricci.

Os cobertores geralmente são feitos de soft e custam, em média, R$ 25,00. Já os edredons são muito parecidos com os utilizados por pessoas, mas geralmente possuem estampas diferenciadas, também custando cerca de R$ 25,00. Para animais que andam bastante de carro, é possível encontrar tapetinhos que servem para forrar o chão e ao mesmo tempo evitar que o bichinho se resfrie. Os tapetes podem ser adaptados para o chão de casa e possuem preço médio de R$ 34,00.

Em dias de chuva, já é possível levar os cães para passear sem que eles fiquem com os pêlos molhados e posteriormente acabem fazendo bagunça no ambiente doméstico. Existem capinhas de chuva com gorro e tênis impermeáveis que, de acordo com Taciane, contribuem para evitar que o bichinho fique com as patas molhadas e acabe sendo vítima de fungos e micose. O preço dos tênis varia de R$ 30,00 a R$ 50,00, dependendo do tamanho do cão. Para dentro de casa, também existem sapatinhos que protegem os pés do frio.

Copa

Principalmente para cães, blusinhas, casacos, vestidos e mesmo ponchos também costumam ser bastante procurados nesta época. Porém, este ano, o que mais tem feito sucesso são as roupinhas com temática da Copa do Mundo de Futebol. Existem camisetinhas especiais que imitam as camisas utilizadas pelos jogadores da seleção brasileira e uma série de modelos em verde e amarelo ou azul e branco, o que indica que nem os animais vão ficar de fora da torcida. (CV)

Doença nos felinos é contagiosa

Entre os felinos, a gripe é chamada de Doença de Trato Respiratório Superior ou Complexo Respiratório Felino. Considerada extremamente contagiosa, ela tem como agentes causadores o calicivírus e o herpesvírus felino tipo 1. Este segundo pode passar da gata para os filhotes através da placenta ou via amamentação. Porém ambos são transmitidos por intermédio de contato direto entre gatos, através da saliva e da secreção nasal.

?O aparecimento da gripe felina está muito ligado à imunidade do animal, que também pode se tornar baixa devido ao frio e ao estresse. Nos gatos, as chances de haver complicações costumam ser bem maiores. E a principal delas também é a pneumonia, além de bronquite e conjuntivite?, explica o veterinário Leonardo Napoli.

Secreção nasal e ocular, dificuldade respiratória, perda de apetite e estomatites (lesões na boca) costumam ser os principais sintomas. Em fêmeas gestantes, a doença pode resultar em aborto. O tratamento é feito através do uso de antibióticos e medicamentos que combatem os sintomas. Em casos mais críticos, o animal pode necessitar de internação, que envolve aplicação de soro.

O fornecimento da vacina quádrupla felina é a principal medida para prevenção. Ela protege tanto contra o calicivírus quanto contra o herpesvírus felino tipo 1. Deve ser dada pela primeira vez aos dois meses de vida, com segunda dose trinta dias depois e reforço anual. O preço médio de cada dose também é igual ao das vacinas dadas aos cães.

Tanto a gripe felina quanto a canina não são transmitidas ao homem. Porém, quando o animal está doente, também pode ter algum agente secundário que seja patogênico ao ser humano. Desta forma, é importante evitar contato físico direto com o cão ou o gato enfermo, principalmente entre as crianças. (CV)

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