França proíbe atletas de usarem broches de protesto na Olimpíada

O Comitê Olímpico Francês avisou nesta terça-feira (15) que não irá permitir que os atletas franceses utilizem um broche com os dizeres "Por um mundo melhor" – é um referência ao desrespeito aos direitos humanos na China – durante a Olimpíada de Pequim. O movimento ganhou força no último mês e estava sendo apoiado por diversos competidores da França que irão aos Jogos, em agosto, mas acabou sendo vetado pela entidade.

A justificativa para a proibição, segundo o Comitê Olímpico Francês, é que o broche desrespeita a carta olímpica, que proíbe qualquer tipo de "propaganda política, religiosa ou racial" durante a Olimpíada.

A decisão da entidade irritou atletas e dirigentes, inclusive o Ministro dos Esportes da França, Bernard Laporte. "Primeiro, eu não acho o broche muito agressivo. Não ataca nem a China nem ninguém", disse o político. "O broche foi uma expressão dos atletas franceses e eu acho lamentável que eles proíbam o uso dele."

Represália

Diante dos protestos na França, principalmente durante a passagem da tocha olímpica por Paris, surgiu uma campanha entre internautas chineses para boicotar o Carrefour, a rede de supermercados francesa que tem diversas lojas na China.

A represália chinesa, restrita a e-mails e salas de bate-papo na internet, defende que a população do país deixe de comprar no Carrefour a partir do dia 1º de maio. Ainda não se sabe se o boicote vai dar certo, mas a rede de supermercados já divulgou um comunicado em que diz sempre ter defendido a realização da Olimpíada em Pequim.

Boicote

A atleta alemã Yvonne Boenisch, atual campeã olímpica de judô, revelou nesta terça-feira (15) que não irá participar da cerimônia de abertura da Olimpíada de Pequim como forma de protesto. "Quero mandar minha mensagem", justificou.

Boenisch, no entanto, descartou o boicote aos Jogos Olímpicos em si, garantindo sua presença na disputa do judô. "Para o atleta, participar da Olimpíada é a maior realização da carreira. Assim, não ir à competição seria arruinar um sonho", admitiu a judoca alemã.

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