Greves e manifestações contra reformas nas leis trabalhistas intensificaram nesta quinta-feira por toda a França.
As greves em usinas nucleares, que fornecem mais de três quartos da energia para residências e empresas na França, ocorrem na sequência de outros bloqueios realizados em refinarias no início da semana, que causaram escassez em postos de gasolina. A oposição diz que já conseguiu reduzir a produção em oito usinas nucleares e não voltará atrás, a menos que o projeto de lei trabalhista que tramita no parlamento seja descartado.
“Os trabalhadores estão determinados a ter suas demandas atendidas”, comunicou o sindicato de trabalhadores dos setores de energia e mineração, CGT.
O porta-voz do departamento de eletricidade da França informou, no entanto, que as greves não causarão interrupção no fornecimento, já que a eletricidade pode ser importada.
Se permanecer no formato atual, a nova lei trabalhista dará às empresas maior margem de negociação direta com os empregados sobre salários e condições de trabalho. Os sindicatos e a CGT alegam que a reforma acabaria com as proteções dos trabalhadores.
O governo francês, contudo, permanece irredutível e diz que é impossível retirar o projeto de lei. O Ministro das Finanças da França, Michel Sapin, falou, contudo, que pode alterar o artigo 2 da lei, que refere-se exatamente ao maior poder de negociação dado aos empregadores.
As greves na França podem impactar os mercados internacionais de petróleo e gás, já que o País é um importador líquido. Como os terminais de importação estão bloqueados, o petróleo e gás não entregue na França poderia ser colocado no mercado spot e, assim, afetar os preços, informou a operadora francesa de terminais Elengy. Fonte: Dow Jones Newswires