França e Alemanha negam ajuda a Itália com imigrantes

A Alemanha e a França adotaram hoje um discurso duro frente ao pedido de ajuda da Itália, que está recebendo milhares de imigrantes clandestinos com origem da Tunísia em direção à Europa. A França anunciou que reforçará o controle na fronteira com a Itália e advertiu que mandará de volta todos os tunisianos que forem encontrados no seu território sem os documentos requeridos e o dinheiro necessário. Já a Alemanha criticou abertamente a Itália por ter recebido os imigrantes.

“Nós usaremos todos os meios à nossa disposição”, disse o ministro do Interior da França, Claude Gueant. A França, ex-metrópole colonial da Tunísia, é o país mais atrativo na Europa para muitos dos imigrantes clandestinos do Magreb, alguns dos quais dominam o idioma francês.

A Alemanha acusou a Itália de tentar minar o acordo de Schengen, ao dar vistos temporários de residência a milhares de imigrantes tunisianos. Os papéis permitiriam que eles possam viajar ao redor da Europa, com exceção da Grã-Bretanha e da Irlanda. A Alemanha anunciou que aumentará seu controle na fronteira com a Áustria, passagem natural dos imigrados que deixam a Itália rumo ao norte.

“Não podemos aceitar que uma série de imigrantes desempregados entrem na Europa através da Itália”, disse o ministro do Interior da Alemanha, Hans-Peter Friedrich.

O ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, disse que a imagem internacional da União Europeia (UE) sofrerá se o bloco não conseguir lidar junto com a questão dos 26 mil tunisinos que cruzaram clandestinamente o Mar Mediterrâneo, logo após a revolução que derrubou o governo na Tunísia em meados de janeiro.

O ministro do Interior da Itália, Roberto Maroni, disse que não existe mais muito sentido em buscar a cooperação dos outros países europeus após a reunião de hoje. “Se essa foi a resposta, então é melhor seguir só do que mal acompanhado”, disse Maroni. “Acho incrível se existir algum sentido em permanecer na União Europeia”, afirmou o ministro italiano, bastante irritado.

A partir de meados de janeiro, cerca de 20 mil clandestinos, a maioria da Tunísia, chegaram à pequena ilha italiana de Lampedusa, no Estreito da Sicília. Mais 50 chegaram no domingo passado e a Guarda Costeira da Itália já identificou mais dois barcos a caminho, com cerca de 300 pessoas. A Itália e, em menor medida, a ilha de Malta, têm recebido as dezenas de milhares de imigrantes, mas querem que o resto da Europa receba mais imigrantes. As informações são da Associated Press.

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