O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, disse neste domingo que a questão mais premente após os ataques às principais instalações petrolíferas da Arábia Saudita não é mais a possibilidade de reunião entre os líderes dos Estados Unidos e do Irã, mas, sim, se é possível reduzir as tensões ante uma atual situação “perigosa”.
Le Drian disse em entrevista coletiva que a decisão do Irã de violar o acordo nuclear de 2015 em três ocasiões também é um fator que contribui para o aumento das tensões. O Irã disse que está respondendo à escalada das sanções dos EUA após a saída do governo Trump do acordo nuclear e às dificuldades de fazer negócios internacionalmente.
A França tenta encontrar uma solução diplomática para as tensões entre EUA e Irã, e há especulações de que o presidente do país, Emmanuel Macron, estava tentando marcar uma reunião enquanto o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente do Irã, Hassan Rouhani, estivessem em Nova York para a Assembleia Geral da ONU. Mas os comentários de Le Drian indicam que isso não é mais uma prioridade.
Na cúpula do mês passado das sete principais nações industrializadas do resort francês de Biarritz, o ministro havia dito que “havia margem para discussões visando um resultado positivo” e que “a lógica era o Irã voltar ao cumprimento” do acordo nuclear de 2015. Hoje, Le Drian disse que “há menos espaço”, dadas as violações do Irã ao acordo nuclear, bem como os ataques de 14 de setembro contra a Arábia Saudita, que são “definitivamente um divisor de águas”.
O ministro reiterou que a reivindicação de responsabilidade pelos ataques dos rebeldes houthis xiitas do Iêmen é “pouco crível”. Mas ele disse que a França aprovou a decisão da Arábia Saudita de chamar a ONU e especialistas franceses e que o governo aguardará suas descobertas. Os EUA alegam que o Irã está por trás dos ataques; O Irã nega envolvimento.
“O que está em jogo durante esta semana é se podemos ou não continuar com esse processo de desescalada”, disse Le Drian. “Quanto a uma reunião entre o presidente Trump e o presidente Rouhani, este não é o problema número um”, afirmou. “A primeira coisa é se podemos voltar ou não à desescalada – e como -, e esta é a mensagem que o presidente e eu estaremos enviando a nossos colegas esta semana.” Fonte: Associated Press.