O governo da França começou nesta segunda-feira a desmontar o campo de refugiados de Calais, conhecido como “A Selva”, no Canal Inglês, que se tornou um símbolo da falha da Europa em administrar o fluxo de imigrantes e refugiados em suas fronteiras.

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Centenas de refugiados e imigrantes carregando seus poucos pertences formaram filas para entrar em ônibus estacionados na parte externa do campo.

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Observados de perto por mais de 1.200 policiais, os primeiros de centenas de ônibus chegaram para começar a transferir os imigrantes e refugiados para centros de recepção ao redor da França, aonde eles poderão fazer pedidos de asilo. O campo de Calais passará por uma operação de uma semana. Hotéis e até castelos estão entre as centenas de estabelecimentos que as autoridades transformaram em abrigos temporários.

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“Essa é uma operação que queremos que seja pacífica e sob controle. Até o momento, ela é”, disse o ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, em Paris.

De acordo com as autoridades, há cerca de 6.500 imigrantes e refugiados em Calais, que buscam chegar ao Reino Unido. Grupos humanitários afirmam que há mais de 8.300 pessoas no local.

O campo de Calais, que cresceu vertiginosamente em 18 meses, era anes tolerado, mas não recebia ajuda do Estado. Grupos humanitários e centenas de voluntários britânicos forneciam matérias para necessidades básicas. O campo se transformou em uma espécie de favela na qual as tensões se desenvolveram, amizades se formaram e grupos de contrabando cresceram.

Tentativas anteriores de resolver a crise no campo de Calais não deram certo, à medida que o fluxo de pessoas chegando à cidade portuária só aumentou. O local é a principal entrada continental da Europa para o Reino Unido.

Desde março, o governo britânico aceitou mais de 100 menores de idade que têm família no Reino Unido, mas se recusou a receber o grande número de imigrantes e refugiados acampados em Calais, além de ter financiado a construção de cercas de segurança para impedir a travessia do canal. Fonte: Dow Jones Newswires e Associated Press.