A França está disposta a receber guerrilheiros colombianos detidos como parte de um acordo para assegurar a libertação de reféns e prisioneiros mantidos na Colômbia, informou nesta quarta-feira (19) o primeiro-ministro francês, François Fillon. Ele observou que os guerrilheiros atualmente detidos poderiam ser libertados na França como parte de um acordo com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Em troca de tal concessão, o grupo rebelde teria de libertar os reféns mantidos em esconderijos na selva colombiana, prosseguiu Fillon.
A ex-candidata presidencial colombiana Ingrid Betancourt, que também tem cidadania francesa, está entre os reféns das Farc. O governo francês considera a libertação dela uma de suas prioridades. Anteriormente, as Farc comprometeram-se a libertar 46 reféns, inclusive Betancourt e três cidadãos americanos, em troca da libertação de centenas de rebeldes detidos pelo governo colombiano.
O presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, "sugeriu que a França poderia receber alguns guerrilheiros e a França manifestou sua disposição, assim como outros países europeus e sul-americanos", disse Fillon à Rádio Europa-1. Ele não entrou em detalhes sobre quais países estariam dispostos a participar. Fillon manifestou-se um dia depois de as Farc terem anunciado que pretendiam entregar três reféns ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ou a alguém que ele indique em data ainda a ser definida.
Chávez vinha tentando negociar um acordo de troca de reféns até o mês passado, quando Uribe cancelou sua participação. Familiares dos reféns criticaram Uribe pelo cancelamento da participação de Chávez em um momento no qual a mediação começava a mostrar resultados. Durante reunião de gabinete, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, declarou que o anúncio feito ontem pelas Farc "é uma mensagem de esperança", disse Laurent Wauquiez porta-voz do governo.