Foto detecta sentimentos e traumas

Um aparelho que fotografa a energia vital das pessoas, detectando sentimentos e traumas que podem estar escondidos no subconsciente, está sendo usado por psicólogos no tratamento de pacientes. Uma das vantagens do Fotokirlian é a agilidade no diagnóstico do problema, possibilitando iniciar o tratamento com mais rapidez. Mas não é só isso. As cores e suas variações revelam também doenças psicossomáticas -dermatites, dor de estômago, micoses, alergia, entre outras – e traços da personalidade.

Quatro cores traçam o perfil do paciente. O azul corresponde à parte emocional, que pode detectar sentimentos inconscientes de remorso e fobia. O vermelho mostra a energia da pessoa para realizar suas atividades. A fotografia onde a cor quase não aparece revela que a pessoa está acomodada e não se empenha em pôr em prática o que almeja, ou que está doente. Em outros casos pode até revelar tendência a agressividade. Já o branco está relacionado ao ego e o amarelo à religiosidade, sensitividade e paranormalidade. Se o amarelo ganha destaque, mostra que o paciente tem intuição aguçada ou até mesmo sonhos premonitores.

A foto

Para tirar a fotografia, os pacientes colocam o dedo indicador direito no aparelho, que emite um impulso elétrico suficiente para ionizar a energia vital da pessoa, que é fotografada. O psicólogo, então, analisa a disposição das cores, falhas e outros sinais para realizar o diagnóstico. Mas apenas um exemplar não dá a certeza necessária. São precisas pelo menos três fotografias, que são feitas em diferentes dias. Além disso, para complementar o trabalho, o psicólogo realiza entrevistas e outros testes que vão confirmar o diagnóstico.

O psicólogo Gian Carlo trabalha há cinco anos com o equipamento. Tem três livros editados sobre o assunto. Mas em seu consultório passou a usar o método há um ano, depois que terminou o curso de Psicologia. Ele explica que a grande vantagem do aparelho é a redução que se consegue no tratamento dos pacientes, já que o período gasto no diagnóstico se encurta. “É como se fosse um raio-x do cérebro. Um tratamento que poderia durar seis meses pode passar para quatro”, afirma.

Aprovação

Cesar Leite, 40 anos, aprovou o tratamento. Ele diz que estava com um quadro de depressão. Com seis fotografias, foi elaborado o seu diagnóstico. Com as fotos, ele conseguiu ter uma noção real do que estava passando em sua vida. As causas dos problemas foram se encaixando de acordo com o que a fotografia mostrava. “Realmente mostra como a gente está. Tudo faz sentido”, comenta. Cesar diz que ficou em tratamento durante três meses, e agora aprendeu a controlar melhor o lado emocional e o estado de depressão.

Método para pesquisa

Os conselhos regionais de psicologia (CRPs) não reconhecem a eficiência do aparelho. Segundo o vice-presidente do CRP-PR, Guilherme Azevedo do Valle, isso ocorre porque no Brasil não existe estudos sobre o assunto. Mas o aparelho pode ser usado a título de pesquisa. “Para isso, o profissional deve seguir todos os rigores da metodologia científica e ainda estar atendo às questões de bioética, que regem pesquisas com seres humanos”, explica. Para que o aparelho seja aceito pela comunidade científica brasileira, é necessário que ocorram congressos que debatam o tema e que trabalhos realizados por diversos profissionais sejam apresentados.

Gian diz que segue as recomendações do CRP e avisa seus pacientes sobre a pesquisa. O psicólogo pretende apresentar trabalhos com os resultados.

Rússia desenvolve pesquisas

Mas se aqui no Brasil as pesquisas ainda engatinham, Gian afirma que o método é amplamente usado na Rússia, país onde o aparelho foi criado pelo físico Semyon Kirlian. Em 1934, ele levou um choque no escuro e observou que por instantes havia uma luminosidade ao redor dos seus dedos. Mais tarde inventou um aparelho capaz de fotografar essa luz, que foi batizado de Efeito Kirlian. Essa luz é a compilação da energia estática existente em qualquer matéria, seja ela viva ou não, vapores do corpo e principalmente a energia vital ou bioenergia. Essa última é encontrada apenas em seres vivos, incluindo as plantas e os animais.

Quando uma matéria sem vida é fotografada, não há alteração nas cores e nas formas que elas apresentam. Já na matéria viva, a cada sessão realizada, há mudanças significativas devido às alterações do estado emocional e de saúde das pessoas. Gian afirma que além da Rússia, França, Holanda e Itália usam o método em vários ramos da área da saúde.

O reconhecimento pela comunidade científica desses países se deve a uma série de estudos realizados desde que o aparelho foi inventando. Na década de 70 já havia sido estabelecido um padrão de cores para determinar os resultados. Mas só em 1990 que ele realmente começou a ser utilizado. O psicólogo Gian Carlo afirma que o ceticismo na Rússia sobre o método foi o grande incentivador das pesquisas, o que acabou culminado no reconhecimento do aparelho.

O psicólogo explica ainda que muita gente confunde a aura com a energia vital. Ele diz que a primeira tem um campo mais sutil e mais abrangente, já a segunda é mais densa. “Mas ainda não se sabe se existe relação entre as duas”, diz. (EW)

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