Forças sírias mataram três manifestantes nesta sexta-feira em meio a protestos por todo o país, apesar do cessar-fogo que entrou em vigor ontem, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, com sede em Londres.
Dezenas de milhares de pessoas saíram hoje às ruas em várias províncias da Síria para protestar contra o governo.
Segundo o acordo de cessar-fogo negociado pelo enviado especial da ONU ao país, Kofi Annan, todas as hostilidades entre tropas sírias e grupos que lutam pela queda do regime de Bashar Assad deveriam estar suspensas desde ontem. A ideia era possibilitar negociações para um pacto político.
A revolta na Síria, iniciada há pouco mais de um ano, começou basicamente com protestos pacíficos contra o regime de Assad, cuja família controla o país há quatro décadas. Com a forte repressão aos protestos, no entanto, a oposição síria se tornou cada vez mais militarizada.
A ONU estima que a onda de violência na Síria matou cerca de 9 mil pessoas no país desde o início do levante, em março de 2011.
Encontro
O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, se reuniu hoje com o rei Abdullah, da Arábia Saudita, em Riad, para discutir a crise síria.
A Turquia, que divide uma fronteira de cerca de 900 quilômetros com a Síria, rompeu sua aliança com Damasco após a violenta repressão a dissidentes pelas forças de Bashar Assad.
Os turcos e sauditas estudam alternativas para o caso de fracassar o plano de paz elaborado por Annan para a Síria, segundo o chefe do Centro de Pesquisa do Golfo, Abdel Aziz al-Saqr. Uma das opções em estudo é o fornecimento de armas aos opositores sírios para que eles possam se defender, disse al-Saqr. As informações são da Dow Jones.