Um autoproclamado primeiro-ministro da Líbia disse, nesta quinta-feira, que suas forças tomaram o controle de pelo menos três ministérios na capital do país, declarando o que pareceu ser um pequeno golpe, na sequência do que ele disse ter sido o fracasso de um ano do premiê apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU).

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Khalifa Ghwell disse que seus apoiadores tomaram o controle dos ministérios da Defesa, Trabalho e dos “Mártires e Feridos”. O seu chamado governo de Salvação Nacional foi formado pelo atual parlamento após uma disputada transferência de poder em 2014, que resultou no estabelecimento de governos rivais, cada qual apoiado por um arranjo de milícias.

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A ONU ajudou a estabelecer um terceiro governo em Trípoli, no ano passado, sob Fayez Serraj, um tecnocrata apoiado pelo Ocidente, esperando que ele pudesse unificar a Líbia e conduzir a batalha contra extremistas islâmicos. O país norte-africano – rico em petróleo – caiu no caos após uma revolta apoiada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que derrubou e matou o ditador Moammar Gadhafi.

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Um porta-voz do governo de Serraj repudiou os movimentos das forças de Ghwell, dizendo que “eles estão tentando semear o caos mas não têm meios de tomar o controle”. Ele disse que os ministérios que Ghwell disse ter tomado estão sob manutenção ou foram brevemente controlados para depois serem liberados. “Isso não é nada mais do que uma farsa da mídia”, disse Ashraf Tulty. “Eles estão tentando sabotar o unido governo internacionalmente reconhecido da Líbia”.

Em um discurso televisionado, Ghwell declarou que todos os acordos fechados pela ONU no passado são “inválidos” e descreveu o governo de Serraj como “expirado”. Referindo-se as suas forças como “Guarda Presidencial” ele ordenou que os soldados protejam a capital e alertou outras milícias para que recuem. Ele também pediu por novas negociações entre as facções líbicas, sem mediadores estrangeiros. “Nós temos legitimidade”, disse Ghwell. “Nós estendemos nossas mãos para nossos rivais líbios”.

O parlamento internacionalmente reconhecido, com sede no extremo leste da Líbia, não reconhece a autoridade de Serraj ou Ghwell e está alinhado com o marechal Khalifa Hifter, cujas forças têm lutado contra militantes islâmico nos últimos anos.

As forças de Hifter invadiram terminais de petróleo no ano passado, e conquistou o apoio do Egito, dos Emirados Árabes Unidos e da Rússia. Na quarta-feira, ele visitou um porta avião russo no Mar Mediterrâneo.

Houve pedidos de alteração do acordo com a ONU em todo o país. Membros do parlamento internacionalmente reconhecido disseram que o exército, a petroleira estatal e o banco central devem estar sob controle da assembleia. “Precisamos voltar ao acordo político e começar tudo de novo”, disse Al-Hadi Belaour, um legislador que já apoiou o governo de unidade de Serraj. Fonte: Associated Press.