As forças militares francesas estão avançando rumo ao norte do Mali, dominado por militantes islâmicos, depois de tomar posições nas cidades de Niono e Sevare, disse um porta-voz da operação militar francesa Serval neste domingo. “O avanço para o norte das forças da Operação Serval, que começou há 24 horas, está em curso com tropas dentro das cidades de Niono e Sevare”, afirmou o tenente-coronel Emmanuel Dosseur, a repórteres.
Enquanto isso, um vídeo obtido pela agência Associated Press, supostamente filmado por um morador local, mostra a população da cidade de Diabaly inspecionando veículos e armas destruídos por ataques aéreos franceses e forças terrestres do Mali após a fuga de radicais islâmicos.
No sábado, as Forças Armadas do Mali anunciaram que o governo passou a controlar Diabaly, marcando uma conquista importante da ofensiva para expulsar os extremistas do norte e centro do país. “As pessoas estão tranquilas desde que os (militantes) islâmicos deixaram a cidade de Diabaly antes de ela ser tomada pelas forças malinesas e francesas ontem”, disse Oumar Coulibaly, que vive na cidade vizinha de Niono.
Diabaly havia sido tomada por grupos ligados a al-Qaeda no início da semana. A área segue bloqueada por um cordão militar e os jornalistas não conseguiram acesso até o momento. Moradores que haviam fugido para a cidade vizinha de Niono e autoridades descreveram como os militantes se retiraram, em sua maioria a pé, da cidade após dias de ataques aéreos franceses que destruíram seus veículos. “Eles tentaram roubar um carro, mas o motorista não parou e eles dispararam no carro e mataram o motorista”, disse um oficial de inteligência do Mali que falou em condição de anonimato, porque não estava autorizado a conversar com jornalistas.
Mais cedo, o ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, havia dito que a força multinacional africana no Mali atingirá 5.500 soldados e irá substituir, dentro de algumas semanas, o exército francês, que permanecerá no país africano apenas em uma função de apoio.
Soldados da Nigéria e do Togo já estão em Bamako, capital do Mali, assinalou Fabius, e soldados do Chade se encontram no leste. “O objetivo, quando reunirmos todas as contribuições, (é que) as forças cheguem a 5.500 homens”, apontou o ministro, em entrevista à rádio francesa Europe1.
“Nós estamos lá na linha de frente com os malineses até que (a força multinacional africana) assuma esse papel dentro de algumas semanas. Depois disso, podemos ficar para apoiá-los, mas é função das tropas africanas ficar lá no longo prazo”, disse o ministro das Relações Exteriores. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.