Forças de segurança do Bahrein usaram gás lacrimogêneo e granadas de efeito moral para tentar dispersar centenas de manifestantes contrários ao governo, que protestavam ao longo de uma estrada que leva à capital do país nesta quinta-feira.
Os confrontos ocorrem após dez meses de distúrbios entre a monarquia sunita e o movimento opositor, liderado pela maioria xiita do Bahrein, e aconteceram durante uma visita de Michael Posner, principal enviado de direitos humanos dos Estados Unidos, ao país.
Os distúrbios tiveram início perto da cidade de Diraz e em outras vilas a oeste da capital. Manama. Policiais foram vistos expulsando os manifestantes das entradas da estrada e os direcionando de volta par comunidades majoritariamente xiitas ao longo da via.
Ativistas convocaram a manifestação pelo Twitter e outras redes sociais com o objetivo de manter a força dos protestos no estratégico reino do Golfo Pérsico, que abriga a 5º Frota Naval dos Estados Unidos.
Centenas de pessoas, algumas com a bandeira do Bahrein, foram vistas à margem da estrada quando os confrontos tiveram início na tarde desta quinta-feira. Testemunhas disseram que havia forte presença policial na área antes mesmo do protesto e que as forças de segurança vestiam roupas especiais e helicópteros sobrevoavam a região.
A estrada liga uma série de vilas predominantemente xiitas a oeste de Manama e leva a um entroncamento que fica a cerca de meio quilômetro ao sul da praça da Pérola, na capital, local de origem do levante.
Em março, forças do governo expulsaram os manifestantes e destruíram a escultura de uma pérola que havia no local, que agora é fortemente vigiado, pois tem alto valor simbólico para a oposição. Os manifestantes tentaram várias vezes retomar a praça.
Os confrontos ocorreram durante a visita do secretário-assistente de Estado norte-americano, Michael Posner, chefe do escritório para Democracia, Direitos Humanos e Trabalho.
Em discurso preparado anteriormente e divulgado aos jornalistas, ele elogiou o rei por tomar medias para a implementação das reformas recomendadas num relatório do mês passado e destacou os abusos aos direitos humanos cometidos pelo governo. Posner pediu que governo e manifestantes evitassem a violência.
Mais de 35 pessoas morreram em confrontos e protestos desde fevereiro, quando tiveram início os protestos inspirados em outras revoltas da Primavera Árabe. Os protestos no Bahrein são os maiores e mais sustentados a atingir monarquias e emirados árabes do Golfo Pérsico. As informações são da Associated Press.