Fome crônica sedimenta o completo atraso da Coreia do Norte

Em um feriado em Pyongyang, crianças andam nas ruas tomando sorvetes, adultos fazem filas em barraquinhas para comprar bolos, supermercados estão lotados de produtos importados. Mas a realidade norte-coreana começa a poucos quilômetros dali e é muito diferente do ideal que o regime quer mostrar ao mundo.

Vítimas da fome que perdura desde a década de 90, um em cada três coreanos tem baixo desenvolvimento físico e mental pela falta de alimentos. Quase metade das crianças tem desnutrição crônica, outras 23%, baixo peso. Uma herança maldita que passa de mãe para filho e afeta a própria capacidade de crescimento do país.

Dados do governo do país, verificados pelo Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas, mostram que dois terços da população do país vivem com o equivalente a cerca de 400 gramas de grãos diários, distribuídos pelo Estado em um sistema de cupons, a metade do mínimo necessário. Desde junho de 2011, no entanto, até vir a nova colheita, a perspectiva é ainda pior: 380 gramas por adulto, 150 gramas dos chamados meses da fome, os meses de entressafra no verão do Hemisfério Norte.

“Neste momento, não há uma crise de fome como na década de 90. Mas existe uma situação crônica de falta de alimentos”, explica a coordenadora do PMA na Coreia do Norte, Claudia Von Roehl. “Eles não têm nenhuma reserva de alimentos e em um ano com o inverno mais duro, como em 2011, a estação da fome é pior.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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