O incêndio que durou quase dez horas e destruiu a antiga aldeia de Dukezong, no Tibete (país anexado pela China em 1959), queimou centenas de edifícios porque os caminhões de bombeiros não tinham como transitar nas ruas estreitas da vila, que era popular entre os turistas. Não há informes sobre vítimas e a causa do incêndio ainda não é conhecida.
A imprensa estatal chinesa disse que o fogo começou em uma pousada e foi declarado como de causa acidental.
O incêndio começou por volta da 1h30 (15h30 de sexta-feira em Brasília). Dukezong tem mais de mil anos e é conhecida por suas ruas de pedras preservadas, edifícios antigos e cultura tibetana. A aldeia se situa no condado de Shangri-La, na região administrativa de Deqeng.
O condado, antes chamado de Gyaitang Zong, mudou de nome para Shangri-La em 2001, na expectativa de atrair turistas por causa da referência à terra mítica descrita no livro “Horizonte Perdido”, de James Hilton, de 1933. Como centenas de outros condados e cidades chinesas, Shangri-La reformou sua área mais antiga, Dukezong, transformando-a em atração turística com dezenas de lojas e pousadas.
Fotos e vídeos transmitidos neste sábado mostraram Dukezong e seu labirinto de pequenos prédios de madeira tomados pelas chamas, que tornaram o céu vermelho. O incêndio destruiu 242 casas e lojas, deslocou cerca de 2.600 pessoas e queimou uma variedade de artefatos históricos, disse a agência estatal Xinhua.
A moradora He Yu disse ter acordado ao som de uma explosão e que viu a cidade velha em chamas. “O incêndio foi enorme. O vento estava soprando forte e o ar estava seco. Fiquei assustada, porque minha casa está a uma distância pequena da cidade velha. O fogo continuou a queimar e os bombeiros estavam lá, mas havia pouco que eles pudessem fazer, porque não conseguiam fazer os caminhões entrarem nas ruas estreitas da cidade velha”, disse He.
Segundo o governo de Deqen, com os caminhões de bombeiros retidos do lado de fora, os moradores fizeram uma corrente para passar baldes de água na tentativa de conter o incêndio. Mais de 2 mil pessoas, entre elas bombeiros, soldados policiais, servidores públicos e voluntários participaram do combate às chamas e conseguiram controlar o fogo por volta das 11h da manhã (1h em Brasília).